...Eu também tenho um doutoramento para discutir a seguir! A seguir significa que há-de ser num dia que se seguirá ao dia que virá antes, que se seguirá ao anterior, que se seguirá à sua véspera... Sim, foi um enorme alívio ter entregue a tese no dia 7 de Setembro de 2006, e esse alívio manteve-se até à altura em que a fase entre-a-entrega-e-a-discussão começou a tornar-se aborrecida... depois, o alívio deu lugar à ansiedade mista de quero discutir já/quero ter tempo para preparar a iscussão, e essa - à pura e simples impaciência.
Principalmente porque o que eu quero mesmo e tão-só é ver-me livre de vez desta fase da minha vida. Foram seis anos que começaram com insistências impacientes dos «chefes» para que decidisse se ia lá ficar ou não (isso sem conhecer mais nenhum sítio), continuou com um dos chefes a ser rejeitado por mim, e a outra (a mais chefe) a desistir do laboratório, passando-o ao chefe pequeno. De modo que fiquei no Grupo, mas não tinha nada a ver com o Grupo. Com todas as consequências. Eu sei que outra pessoa mais desenrascada ter-se-ia desenrascado no meu lugar, mas eu não sou essa pessoa; e afinal, era apenas um aluno de doutoramento: precisava de orientação. Não a tive. Tal como não tive acesso a muito do material de que precisei, porque não era prioritário para o Grupo, tal como nem sequer se gastou comigo a maior parte do financiamento da FCT associado à minha bolsa, que ainda foram €11 000 ao todo, que sim, disso o Grupo precisava, agradecia muito.
Recentemente, quando estava com a chefe a ensaiar a apresentação da tese para o dia da discussão, mencionei-a nos agradecimentos finais. Comentário dela: «Ah, diga só o nome; senão, agradece porquê? Pelo que tive de aturar?» Ai, ela é que teve de me aturar?? Acho que perdi uma oportunidade única de responder a aquilo...
Quero que acabe. Quero passar à rasca, mas quero que acabe.